Elizabeth Sucupira
Da direita para a esquerda: O palestrante Franco Nembrini, Dr Carlos faria que realizava a tradução simultânea, Professor Fabiano Gomes da UERJ e Gabriel Cruz , presidente do Centro Cultural Fato & Presença
Muitos no Brasil já devem ter escutado falar sobre o escritor Dante Alighieri. Talvez alguns já tenham até lido sua principal obra “A Divina Comédia”. O texto é considerado a principal referência na língua italiana e também para a cultura ocidental. Um paradigma tanto para a linguagem quanto para a humanidade. Em 29 de abril, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) recebeu o professor italiano de Literatura e História, Franco Nembrini, em um evento promovido pelo Centro Cultural Fato e Presença. No encontro, ele fez uma apresentação da obra de Dante, falou sobre a Idade Média e, por fim, leu trechos e explicou o último canto do livro “A Divina Comédia”.
O professor, autor de uma coleção que estuda a obra de Dante, falou para uma plateia de cerca de 80 pessoas como os valores da Idade Média influenciaram no livro “A Divina Comédia”. E, diferentemente do que se fala nas escolas e universidades, a Idade Média não é a época da barbárie e da escuridão. “Devemos à Idade Média a concepção unitária da vida”, reforça Nembrini. Dante viveu de 1265 a 1321 em Florença, na Itália, em plena Idade Média. Nembrini explicou que por causa dessa ruptura, dessa distorção existente após a Idade Média, há sempre uma dificuldade em entender Dante.
O professor, autor de uma coleção que estuda a obra de Dante, falou para uma plateia de cerca de 80 pessoas como os valores da Idade Média influenciaram no livro “A Divina Comédia”. E, diferentemente do que se fala nas escolas e universidades, a Idade Média não é a época da barbárie e da escuridão. “Devemos à Idade Média a concepção unitária da vida”, reforça Nembrini. Dante viveu de 1265 a 1321 em Florença, na Itália, em plena Idade Média. Nembrini explicou que por causa dessa ruptura, dessa distorção existente após a Idade Média, há sempre uma dificuldade em entender Dante.
O Auditório da UERJ contou com a presença de alunos, professores e pessoas interessadas na Obra de Dante Alighieri
Sobre Dante, o professor enfatizou que o escritor busca o significado de todas as coisas que existem. “Ele quer saber se tudo que lhe acontece tem um significado. Procura a verdade, se preocupa com a verdade. O que ele tem de mais caro é o amor pela verdade, pelo bem e pela beleza”, acentua Nembrini. O texto de Dante tem relação com a imagem de uma bela menina. Desde criança, ele tinha a imagem de uma bela menina. “No encontro com aquela moça aconteceu o que ele esperava na vida. Deus sorriu para ele no sorriso de Beatriz. No encontro com Beatriz se realiza o encontro com Deus”, conta Nembrini. Beatriz morre de repente. Dante se encontra numa encruzilhada tremenda, encontrou algo que parece trazer felicidade, mas morre. Nembrini diz que Dante reflete muito sobre a morte de Beatriz. “Eu vim ao mundo com todo esse desejo de felicidade, encontro essa mulher que parece responder a esse desejo, mas ela morre”, completa Nembrini.
No livro, o caminho que Dante propõe tem uma introdução, 33 cantos do Inferno, 33 do Purgatório e 33 do Paraíso. A soma é cem. O número cem foi escolhido por Dante porque significa a perfeição. O número três se repete porque significa a Santíssima Trindade. A estrutura do Cosmo, segundo Dante: (esquema do desenho)
Dante acredita que o conhecimento do nosso mal é o início da nossa salvação. Para ele, cada um de nós é feito de inferno, purgatório e céu. O escritor afirma que é preciso conhecer todo o próprio mal para perdoar todo esse mal e chegar a Deus. “A Divina Comédia” fala primeiramente no Inferno. Ele começa a caminhar pelo inferno até o mais profundo do que seria este lugar. Em resumo, o inferno para Dante é o lugar onde fomos para fora para ver novamente as estrelas. Já no purgatório, Dante diz que é o lugar onde se está puro e disposto a chegar às estrelas. Por fim, no paraíso, é o lugar onde o amor é o céu e as estrelas. Mas por que Dante insiste tanto na palavra estrela? Para ele, a nossa vida tem a ver com as estrelas. Tudo tem a ver com as estrelas. Tudo tem a ver com o destino. Até o cabelo da vossa cabeça.
No livro, o caminho que Dante propõe tem uma introdução, 33 cantos do Inferno, 33 do Purgatório e 33 do Paraíso. A soma é cem. O número cem foi escolhido por Dante porque significa a perfeição. O número três se repete porque significa a Santíssima Trindade. A estrutura do Cosmo, segundo Dante: (esquema do desenho)
Dante acredita que o conhecimento do nosso mal é o início da nossa salvação. Para ele, cada um de nós é feito de inferno, purgatório e céu. O escritor afirma que é preciso conhecer todo o próprio mal para perdoar todo esse mal e chegar a Deus. “A Divina Comédia” fala primeiramente no Inferno. Ele começa a caminhar pelo inferno até o mais profundo do que seria este lugar. Em resumo, o inferno para Dante é o lugar onde fomos para fora para ver novamente as estrelas. Já no purgatório, Dante diz que é o lugar onde se está puro e disposto a chegar às estrelas. Por fim, no paraíso, é o lugar onde o amor é o céu e as estrelas. Mas por que Dante insiste tanto na palavra estrela? Para ele, a nossa vida tem a ver com as estrelas. Tudo tem a ver com as estrelas. Tudo tem a ver com o destino. Até o cabelo da vossa cabeça.
Antes de começar a escrever o livro “A Divina Comédia”, Dante passou por um longo período reflexivo. Nembrini explica que Dante diz que se perdeu em uma selva escura. Na escuridão, não há possibilidade de conhecer e por isso de amar. Se houvesse luz, poderíamos conhecer um leão, uma onça. Dante intui que Deus existe. O professor enfatizou que para Dante a guerra da vida é decidir qual é o caminho, quais são os nossos mestres. Atrás de quem nós vamos andar.
Por fim, Franco Nembrini fez uma breve apresentação do último canto do Paraíso. Ele descreveu a cena em que Dante está sentado ao lado de São Bernardo. De um lado, está Nossa Senhora e do outro, Deus. São Bernardo pede à Virgem Maria que conceda a Dante contemplar a Deus. O poeta vê um tríplice círculo no qual está revelada a Trindade Divina. E depois, tem a sublime visão. A primeira parte do Canto XXXIII do Paraíso, o último do livro “A Divina Comédia”, é uma Oração a Maria. Os versos se seguem de forma surpreendente, talvez um dos textos mais importantes da humanidade, e o canto termina com a palavra “estrelas”.
Fotos: Rodrigo Canellas